A endometriose é uma doença muito comum entre as mulheres, porém ainda desconhecida. E apesar de ser mais frequente na idade adulta, pode acometer pessoas também na adolescência.
Estima-se que dois terços das adolescentes que apresentam dor pélvica crônica e dismenorreia (dor na menstruação) apresentam também endometriose.
Ainda não foi descoberta a causa da doença, provavelmente multifatorial. Acredita-se hoje que uma tendência familiar contribua para seu desenvolvimento, mas ainda sem fundamentos teóricos. Esta incidência familiar tem sido observada entre irmãs, irmãs gêmeas e mãe/filha.
A primeira menstruação precoce e obesidade, são os principais fatores de risco observados no desenvolvimento inicial da doença em garotas.
Os sintomas na adolescência podem ser diferentes dos sintomas na fase adulta. Na mulher adulta, a dor costuma ser antes da menstruação e fica pior durante o ciclo menstrual. Já na adolescente, a dor pode ser cíclica (relacionada ao período da menstruação) ou acíclica, sem relação com o ciclo menstrual.
Um estudo, realizado com pacientes no Children´s Hospital de Boston, de Laufer et al, 1997 aponta que:
– 9,4% das adolescentes tinham dor cíclica durante a menstruação
– 62,5% das adolescentes tinham dor cíclica e acíclica
– 28,1% das adolescentes tinham apenas dor acíclica
Os sintomas mais comuns em adolescentes são: dor pélvica e dor durante a menstruação.
Existe ainda um número pequeno de estudos sobre a real incidência da endometriose em adolescentes, por isso não se sabe ao certo as vantagens de uma operação precoce e do impacto deste tratamento no futuro reprodutivo das garotas.
Portanto, é muito importante que as adolescentes e seus pais sejam informados sobre os riscos dos tratamentos cirúrgicos e suas implicações no futuro reprodutivo e qualidade de vida das pacientes.
Geralmente, as adolescentes com endometriose são tratadas com anti-inflamatórios não hormonais e uso de pílulas anticoncepcionais. Apenas nos casos de dor crônica é indicada a cirurgia laparoscópica.
Em caso de dúvidas, procure sempre a orientação do seu ginecologista. Ele indicará o tratamento mais adequado.
Fonte: Dr. Marcos Travessa