Adenomiose e fertilidade: como a doença afeta o sonho de ser mãe?

26 mar

Dando continuidade ao tema que começamos a abordar em nosso post mais recente, e explicar qual a relação entre adenomiose e fertilidade, bem como o tratamento para a doença.

Antes de continuarmos, cabe a ressalva de que as orientações contidas nesse texto não substituem uma consulta presencial com um médico de sua confiança. Continue a leitura!

Quais os tipos de adenomiose?

Antes de falar sobre a relação entre adenomiose e fertilidade, convém lembrar algumas das características importantes. Essa doença se caracteriza pela presença de tecido endometrial dentro da parede muscular do útero conhecida como miométrio e pode ser, basicamente, de dois tipos.

Na adenomiose difusa, as lesões estão espalhadas por toda a parede muscular do útero, ao passo que na adenomiose focal, os fragmentos estão alojados em uma região específica.

A doença é mais comum em mulheres que já são mães e possuem mais de 35 anos. Por outro lado, essa não é uma regra: pacientes sem filhos também estão entre as portadoras da doença, que pode afetar a capacidade fértil, como explicaremos a seguir.

Adenomiose e fertilidade: qual a relação?

Antes de mais nada, é importante reiterar que a adenomiose não inviabiliza uma gravidez, mas a presença das lesões pode acabar tornando o período de gestação mais conturbado.

Uma das consequências já identificadas pela análise de casos é um aumento do risco de abortos espontâneos, em mulheres portadoras de adenomiose.

Supostamente, isso acontece porque as lesões podem desencadear contrações involuntárias no útero, fenômeno que faz com que o embrião seja expulso.

Mas outros efeitos colaterais podem dificultar o sonho de ser mãe: o processo inflamatório na região acometida além de alterações na contratilidade uterina parece ter papel importante na redução da fertilidade.

Paralelamente, a presença de lesões de adenomiose pode aumentar a produção de radicais livres, como uma resposta às reações inflamatórias. Na prática, esse fenômeno pode acarretar em um comprometimento na qualidade de óvulos ou mesmo embriões.

Como é o tratamento de adenomiose?

Para decidir qual o tratamento mais adequado para a adenomiose, a equipe médica levará em consideração uma série de fatores, sempre considerando o estágio em que se encontram as lesões, os sintomas associados (ex: sangramento genital aumentado) e sua resposta a tratamento medicamentoso e, fundamentalmente, o desejo (ou não) da mulher em ser mãe.

Se a paciente já tem filhos ou não pretende engravidar, uma opção quando os medicamentos não surtem os efeitos desejados, é a cirurgia para remoção do útero, conhecida pelo nome técnico de histerectomia que pode ser realizada por videolaparoscopia ou a cirurgia robótica – intervenções minimamente invasivas – que tem como principais vantagens a rápida recuperação no período pós-operatório.

Por outro lado, quando ser mãe está nos planos da paciente, o tratamento cirúrgico é contra-indicado na maior parte das vezes pois a retirada dos focos da doença implicam em extração de parte de músculo uterino com consequente aumento da dificuldade para engravidar. Entretanto, existem diversas opções terapêuticas conservadoras e o tratamento deve ser individualizado.

Depois de conhecer qual a relação entre adenomiose e fertilidade, entenda a importância de ser atendida por uma equipe multidisciplinar no tratamento de qualquer problema ginecológico. Até a próxima!

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