A endometriose se caracteriza pela presença do endométrio – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina. Foi descrita pela primeira vez em 1860, porém até hoje suas causas e formas de evolução são desconhecidas, sabe-se apenas que há um maior risco de desenvolvimento da doença nos casos de mãe ou irmã da paciente sofrerem da doença.
Como Ocorre?
A espessura do endométrio, todos os meses, no período da ovulação aumenta, para que o óvulo possa ser fecundado. No entanto, quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e sai na menstruação. Se um pouco desse sangue, ao invés de ser todo expelido, entrar em contato com os ovários ou na cavidade abdominal causa a lesão endometriótica.
Esta doença ataca mulheres a partir da primeira menstruação e pode durar até a última. É uma doença benigna, porém responsável por um sofrimento crônico que transforma profunda e negativamente a vida destas mulheres. Em geral, é diagnosticada quando a paciente está na faixa dos 30 anos.
Hoje, a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis.
Principais Sintomas:
- Dores pélvicas
- Cólicas menstruais muito fortes
- Dores nas relações sexuais
- Irregularidades na menstruação
- Infertilidade
Diagnóstico:
O diagnóstico de suspeita da endometriose é feito por meio de exame físico, ultrassom (ultrassonografia) endovaginal especializado, exame ginecológico, dosagem de marcadores e outros exames de laboratório.
Atenção especial deve ser dada ao exame de toque, fundamental no diagnóstico da endometriose profunda. Em alguns casos, o médico ginecologista solicitará uma ressonância nuclear magnética e a ecocolonoscopia.
Como tratar?
Existem dois tipos de tratamentos, medicamentos ou cirurgia. Cabe ao ginecologista recomendar o melhor tratamento para cada caso específico:
Cirurgia
O nome do procedimento cirúrgico para tratar a endometriose é a laparoscopia. Ela remove os focos da doença, e nos casos mais graves, até os órgão pélvicos afetados.
Pode-se fazer também a videolaparoscopia, que diagnosticará as lesões, aderências, obstrução tubária e já tratar a doença.
Medicamentos
Há várias opções de medicamentos que tratam a endometriose, como: analgésicos, anti-inflamatórios, análogos de GNHR, Danazol e Dienogeste. Atualmente também é possível reduzir os sintomas utilizando o DIU com levonorgestrel.
Para pacientes que desejam engravidar, antes do inicio do tratamento, devem ser encaminhadas para um Centro de Reprodução Humana e fazer a fertilização in vitro, que é a melhor alternativa ainda para mulheres com endometriose.
Vale ressaltar que não existe cura definitiva para endometriose. O tratamento é feito com o objetivo de aliviar a dor crônica e amenizar os outros sintomas, como a diminuição das lesões e a possibilidade de engravidar.
Fonte: Dr. Marcos Travessa