A retirada do útero resolve o problema da endometriose?

Ao serem diagnosticadas com endometriose, algumas mulheres tendem a ficar assustadas. Muitas vezes, elas acabam se aconselhando com amigas ou buscando fazendo pesquisas na internet, sem checar a veracidade dessas informações com o especialista.

Pensando nisso, nós resolvemos fazer um esclarecimento sobre uma das principais crenças que chegam ao nosso consultório: a de que a endometriose é uma doença que se desenvolve no útero e, que, portanto, a retirada do órgão seria eficaz no tratamento. Mas será que isso é verdade? Descubra a seguir!

O que é a endometriose?

Doença crônica que acomete principalmente mulheres em idade fértil, a endometriose se manifesta quando fragmentos de tecido endometrial não são expelidos pela menstruação e acabam migrando para outras regiões do corpo pela corrente sanguínea.

Entre essas regiões, destacam-se os órgãos como bexiga, intestino, pulmão e até mesmo o ligamento uterossacro ou o nervo ciático. As lesões são consideradas superficiais ou profundas, quando se infiltram em mais de 5mm de tecido.

É válido o lembrete de que a endometriose não apresenta sintomas específicos, o que pode retardar o diagnóstico. Noutros casos, porém, a paciente pode ser acometida por dores incapacitantes.

Não há cura para a endometriose, mas se a mulher se submeter ao tratamento adequado, os incômodos e consequências podem ser diminuídos drasticamente, evitando, inclusive, que a paciente tenha sua capacidade fértil comprometida.

Qual o impacto da retirada do útero para o tratamento de endometriose?

Hipoteticamente, se a cirurgia de retirada do útero fosse prescrita com o único objetivo de tratar os focos de endometriose, esta é uma medida que, na prática, surtiria pouco ou nenhum efeito.

Isso porque os focos de endometriose não tratados que se alojaram em outras estruturas do sistema reprodutor – como ovários e trompas – ou na região pélvica permanecem ali.

Ademais, as reações inflamatórias provocadas pela endometriose são estimuladas pela liberação de estrogênio, um hormônio produzido pelos ovários. Por essa razão, a crença de que a retirada do útero é eficaz para conter o avanço ou então impedir a volta da doença é um equívoco.

Quanto a endometriose no útero, a decisão a respeito do melhor tratamento compete a equipe médica: tudo vai depender do estágio em que a doença for diagnosticada, do histórico e dos projetos de vida da paciente: o desejo de ser mãe faz toda a diferença.

Em que situações a histerectomia é indicada?

Chamada de histerectomia, a cirurgia de retirada do útero é considerada a medida mais drástica para o tratamento de mulheres com problemas ginecológicos na área pélvica: via de regra, os médicos indicam a operação apenas quando todas as outras tentativas de tratamento, que incluem, inclusive, terapias não medicamentosas, não surtiram o efeito esperado.

Normalmente, a intervenção é recomendada para inibir o avanço do câncer de útero, além de ser eficaz no tratamento de miomas uterinos ou como medida de contenção de sangramentos excessivos na região.

Depois de analisar criteriosamente cada caso, o especialista vai optar pela remoção parcial – extrai-se somente o útero, mas o colo é preservado – ou total. Há ainda a histerectomia radical, normalmente associada aos tumores mais agressivos, no qual é extirpado também o tecido vaginal que está em volta do colo do útero.

Entendeu por que a retirada do útero não faz diferença para conter o avanço da endometriose? Compartilhe este post em seu Facebook para alertar outras mulheres, mas não se esqueça da importância de marcar uma consulta com um médico de sua confiança. Até a próxima!

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